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15/05/2019

Tsunami da educação toma escolas e ruas do país e causa confusão no governo

 Dia nacional de greve na educação tem adesão ampla, apoio popular e leva governo a bater cabeça. Ministro da Educação terá de depor na Câmara. Conselhos de reitores de SP apoia movimento

por Redação RBA publicado 15/05/2019 08h21, última modificação 15/05/2019 14h47

Assembleia da USP em São Carlos que aprovou adesão à greve

São Paulo – O dia nacional de greve na educação, neste 15 de maio, começa com paralisações em escolas e promessas de manifestações em dezenas de cidades pelo país todo. O movimento tem apoio de trabalhadores no setor de ensino, além de professores, pesquisadores, alunos e pais de alunos. A tag #TsunamiDaEducação já se posiciona no topo do Twitter.

Em São Paulo, é esperado um forte ato de protesto previsto para começar às 14h diante do Masp, na Avenida Paulista. Em Brasília, a partir das 10h, o ato unificado acontece no Museu Nacional. Belo Horizonte tem manifestação às 9h30 na Praça da Estação e às 15h na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Curitiba tem ato iniciado às 8h30 na Praça Santos Andrade com caminhada até o Centro Cívico.O Rio de Janeiro terá manifestação às 15 na Cinelândia.

A expectativa de que a primeira grande greve nacional sob o governo de Jair Bolsonaro se confirme em uma das maiores mobilizações do setor na história do país levou o Palácio do Planalto a baterem cabeça ontem. Na Câmara, com votos contrários apenas de deputados do PSL e do Novo, os parlamentares aprovaram requerimento de Orlando Silva (PCdoB-SP) convocando o ministro da Educação Abraham Weintraub para dar explicações sobre a política de cortes e sua conduta movida a rancor ideológico contra as universidades federais.

Enquanto isso, o líder do governo na Câmara, Delegado Waldir (PSL-GO), revelou que, durante reunião com Bolsonaro, acompanhado de vários colegas deputados, o presidente teria telefonado para o ministro da Educação para pedir a suspensão dos cortes. A notícia acabou sendo negada por ordem da Casa Civil. Teria sido mais um recuo de um recuo na curta história desde governo.

Mas o deputado Capitão Wagner (Pros-CE), aliado de Bolsonaro e que esteva presente à reunião de onde partiu o telefonema, foi à tribuna e desmentiu o desmentido: “Quem criou o boato? Foi o governo, que voltou atrás e depois voltou atrás de novo. Recuou duas vezes. Ou ministro está mentindo, ou o presidente não ligou para ele. Será que o presidente forjou a ligação na nossa frente?”

Em São Paulo, o conselho de reitores das universidades estaduais (USP, Unicamp, Unesp) divulgou nota em apoio ao movimento.

"No Brasil, como em todos os países desenvolvidos, a pesquisa nas universidades é financiada majoritariamente pelo governo (...) Interromper o fluxo de recursos para estas instituições constitui um equívoco estratégico que impedirá o País de enfrentar e resolver os grandes desafios sociais e econômicos do Brasil", diz o documento (íntegra abaixo).

Acompanhe a cobertura do dia pela Rádio Brasil Atual, no FM 98,9, na TVT e aqui na RBA.

Nota do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp)

A propósito da anunciada manifestação de diversas entidades em defesa da Educação, prevista para 15 de maio, o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) destaca a importância de a comunidade universitária debater as questões relativas aos complexos problemas da educação, ciência e tecnologia no Brasil e suas consequências para o desenvolvimento do País.

As universidades públicas estaduais paulistas (USP, Unicamp e Unesp) integram o sistema público de universidades brasileiras, respondem por mais de 35% da produção científica nacional e são responsáveis por 35% dos programas de pós-graduação de excelência no País.

Ocupam lugar de destaque entre as universidades brasileiras no que diz respeito a inovações, bem como nos rankings internacionais de ensino superior. Em conjunto com as outras universidades públicas, formam os melhores quadros profissionais do País, em todas as áreas do conhecimento.

Cerca de 95% da produção científica brasileira é feita em universidades públicas e por institutos de pesquisa, federais ou estaduais. Estas pesquisas produzem inovação e formam quadros de profissionais capazes de inovar e de desenvolver o País.

No Brasil, como em todos os países desenvolvidos, a pesquisa nas universidades é financiada majoritariamente pelo governo. Agências públicas federais de fomento que integram o sistema nacional de CT&I são fundamentais para o funcionamento das universidades, que dependem desses recursos para financiar suas linhas de pesquisa.

Interromper o fluxo de recursos para estas instituições constitui um equívoco estratégico que impedirá o País de enfrentar e resolver os grandes desafios sociais e econômicos do Brasil.

Campinas, 13 de maio de 2019.

Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp)”

 

Fonte: Rede Brasil Atual
 
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