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27/05/2022

Pobreza extrema explode em São Paulo, e número de famílias nessa condição aumenta 30% em um ano

27051 São Paulo – Cerca de 620 mil famílias, ou quase 2 milhões de pessoas, estão vivendo na miséria na cidade mais rica do país, segundo dados da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social obtidos pelo portal g1. Nos últimos três anos, os números de famílias vivendo na extrema pobreza apresentam um crescimento contínuo. Em janeiro de 2019, havia mais de 412 mil famílias nessa situação. Em janeiro de 2020, passou para 450 mil famílias. No mesmo mês do ano passado, o número passou para 473 mil. E, em janeiro deste ano, aumentou 30% em relação a 2021, chegando às atuais 620 mil famílias.

No entanto, no Brasil, a renda de uma pessoa para ser considerada em extrema pobreza é ainda mais baixa do que no resto do mundo. O Banco Mundial define como miséria a condição de uma pessoa que vive com até R$ 274 por mês. Mas o governo de Jair Bolsonaro mudou a definição do valor para considerar uma pessoa na extrema pobreza, rebaixando o mínimo para R$ 105 por mês. Com isso, o número de pessoas nessas condições é reduzido artificialmente.

Assim, uma pessoa que tem como renda apenas o benefício do Auxílio Brasil, de R$ 400 por mês, tem uma renda média três vezes superior ao valor considerado pobreza extrema. No entanto, com a atual inflação e a perda de valor da renda dos trabalhadores, o Dieese estima que o valor mínimo para atender as necessidades básicas de uma família com quatro pessoas é de R$ 6 mil por mês. Ou 600 vezes mais que o valor considerado pelo governo Bolsonaro como extrema pobreza. Para a ex-ministra do Desenvolvimento Social Tereza Campello, a situação é ainda pior e não está sequer sendo registrada nos dados do Cadastro Único (CadÚnico).

Ciclo da destruição

“Está aumentando a pobreza e a extrema pobreza como um todo. Tem uma parte da população que está sendo despejada, que está indo para a situação de rua, mas tem uma parte que não está aparecendo nesses indicadores e que está vivendo um aumento da insegurança alimentar e a piora das condições de vida. Então a situação tem se agravado muito para uma parcela gigantesca da população”, adverte.

A ex-ministra destaca que, ainda que a pandemia tenha uma parcela de culpa nessa situação, o aumento do número de famílias vivendo na pobreza extrema é resultado de uma desorganização completa da economia brasileira. Aliada a uma destruição do mercado de trabalho e das políticas sociais no governo de Jair Bolsonaro (PL).

“Mesmo a população que está trabalhando, ela trabalha em condições precárias. E, portanto, com uma renda menor, em subocupação, trabalhando menos do que gostaria e ganhando menos. Então caiu a renda média da população para amplos setores, mas principalmente para a classe média baixa e a população pobre. E jogou muita gente na pobreza e na extrema pobreza. Há uma desorganização de um mercado do trabalho no Brasil. Junto com isso, houve o desmonte das políticas sociais que poderiam mitigar parte desse impacto”, acrescenta.

Projeto do golpe de 2016

Entre as políticas apontadas por Tereza que foram desmontadas, estão as de segurança alimentar e nutricional e as de assistência social, que sofreram um corte de 67% no orçamento nos últimos anos. O coordenador do Fórum da Assistência Social da cidade de São Paulo, Allan Carvalho, concorda com Tereza a vai além: ele afirma que essa situação começou a ser forjada no golpe que derrubou a presidenta Dilma Rousseff (PT), em 2016.

“Ele não era apenas um golpe que visava derrubada de poder. Era um movimento que queria implantar um outro projeto, um projeto oposto. E ao contrário de um estado protetivo, um estado nem mais neoliberal, é ultraliberal. Tanto que uma das primeiras medidas, lá atrás, foi a criação do Teto de Gastos. Ele feito para materializar e tornar legal os sucessivos cortes nas políticas públicas que se pretendia fazer. Só que como isso são medidas impopulares e a população sente o impacto, quando você denuncia, você explicita que o que está sendo cometido é uma decisão de governo. Mas quando dá uma áurea de lei para uma medida dessa natureza, você consegue o mesmo efeito de sangrar os recursos. E você diz que está cumprindo a lei, como se a lei fosse algo criado do nada”, contesta.

Allan também afirma que a inação do governo Bolsonaro, em meio à pandemia, agravou ainda mais a situação. Nesse caso, pela demora para aplicar políticas como o auxílio emergencial e de manutenção dos empregos.

Desmonte do CadÚnico

Também coordenador do Fórum dos Trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social do Estado de São Paulo (FET Suas-SP), Allan ressalta que houve um imenso desmonte no CadÚnico. Nesse processo, além de cadastros desatualizados, há menos mão de obra e serviços para atender a população, resultando em milhares de excluídos dos programas sociais. Apenas na cidade de São Paulo, 83 mil famílias cadastradas no CadÚnico não recebem nenhum benefício. 

Ele lembra ainda que a extinção do Programa Bolsa Família, substituído pelo Auxílio Brasil, prejudicou ainda mais o enfrentamento da pobreza no Brasil. O programa de Bolsonaro não diferencia as condições das famílias e o número de pessoas. Qualquer benefício pago é de R$ 400, seja um adulto sozinho, seja uma família de quatro pessoas. Também não tem nenhum vínculo com outras políticas e ações de caráter emancipatório, como preconizava o Bolsa Família. Os distritos com o maior número de famílias vivendo em extrema pobreza são Jardim Ângela, Jardim São Luís, Grajaú, Pedreira e Cidade Ademar, na zona sul, e São Mateus, na zona leste.

Saiba mais na reportagem

Fonte: REDE BRASIL ATUAL | Foto: Jorge Araújo/Fotos Públicas

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