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01/06/2022

Aumento de até 40% nos planos de saúde também vai para conta da rejeição a Bolsonaro

01061 São Paulo – A liberação do aumento recorde para as mensalidades dos planos de saúde, que dependendo da faixa etária pode chegar a 40% neste ano, deve prejudicar não só os beneficiários mas também o pré-candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), colocando em risco um segundo mandato. A avaliação é do professor da Faculdade de Medicina da USP, Mário Scheffer, especialista na área de saúde privada e autor do blog Política&Saúde, no Estadão.

“Enquanto o alto preço da gasolina e dos alimentos afeta amplamente a população, há perdas de poder aquisitivo com efeito mais localizado. Do cidadão que tem um plano de saúde individual ao empregador que concede o benefício aos trabalhadores, é geral a indignação contra o reajuste das mensalidades em 2022. Quem fez as contas sabe que o aumento pode ser ainda maior do que os já proibitivos 15,5% anunciados na semana passada pelo governo”, escreveu Scheffer hoje (31).

Além do aplicado no mês de aniversário do contrato do plano, outro tipo de aumento ocorrerás se, no mesmo ano, o usuário avançar para outra faixa etária dentro das dez previstas na lei. A última delas – 59 anos ou mais, já que o Estatuto do Idoso proíbe aumento acima de 60 anos – pode ser ser reajustada em até seis vezes mais do que o valor da primeira faixa (0 a 18 anos). Já a variação entre a sétima e a décima faixas não pode ser superior aos aumentos acumulados entre as sete primeiras, segundo ele.

Ministério da Economia e ANS liberam aumento recorde dos planos de saúde

Para chegar ao reajuste de até 40%, Scheffer analisou dados públicos da ANS relativos a 3.527 planos comercializados por 468 operadoras e estabeleceu uma base de cálculo para a estimativa do valor das mensalidades, no momento da mudança de faixa etária e aplicou os 15,5% do reajuste anual autorizados semana passada pelo governo Bolsonaro. Ao fim, obteve-se a estimativa do “reajuste acumulado” e o valor médio das mensalidades estimado para 2022.

“Quem muda de faixa etária paga, no final das contas, dois reajustes: o anual, linear, de 15,5%, e o aumento por ter ficado mais velho.No caso do grupo de pessoas que, em 2022, completar 59 anos de idade, o rombo real no bolso será de 43,1% de aumento, em média. A surpresa é amarga também nas três faixas anteriores, para quem completar 44 anos (34,5% de aumento), 49 anos (36,7%) e 54 anos (37,8%). Não é possível estimar os aumentos dos planos coletivos em 2022, que representam 80% do mercado e cujos reajustes não são regulamentados pela ANS. Embora o valor médio da mensalidade dos planos de adesão e empresariais seja menor que o dos individuais, os porcentuais de reajustes, em muitos casos, são mais elevados, motivo de crescente judicialização”, aponta Scheffer.

Planos de saúde poderão ter aumento recorde em 2022. Idec cobra regras para frear abusos

O especialista em saúde privada destaca ainda a perversidade das regras atuais para as últimas faixas etárias. Quem tem plano individual e completa 59 anos em 2022, somando o reajuste anual, vai pagar R$ 2.640 por mês, em média. Já a partir dos 44 anos, o preço médio mensal de um plano privado será superior a R$ 1.000. Menos de 20% dos brasileiros com mais de 60 anos – cerca de 7,4 milhões – estão hoje vinculados à assistência suplementar, proporção que vem caindo a cada ano, pois muitas pessoas são “expulsas” do plano de saúde. Ou seja, a mensalidade chega a dobrar de valor no momento da vida em que a renda pode cair até pela metade.

“A solidariedade geracional, em que jovens ajudam a financiar os gastos da população que envelhece, a lógica da previdência e dos seguros, foi abandonada. Idosos, com mais necessidades de saúde e maior uso de serviços, estão às voltas com seus rendimentos quase que completamente comprometidos com o pagamento do plano e medicamentos”, destaca. “Não há comprovação empírica, por parte das operadoras e da ANS, da associação entre as despesas assistenciais e os aumentos permitidos em cada faixa etária. O lucro e os custos comerciais e administrativos das operadoras correspondem a 38% do preço dos planos de saúde, tomando como exemplo a faixa etária acima de 59 anos. Menos da metade (48%) do valor do pagamento efetuado pelos usuários ou contratantes é destinado a despesas com tratamentos, consultas, exames e internações.”

Fonte: REDE BRASIL ATUAL | FOTO: Alan Santos/PR

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