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01/11/2012

GBR 2012 visa instrumentalizar cidadão para cobrar respeito dos bancos

A partir de agora, os consumidores bancários têm uma importante ferramenta para conhecer e comparar as práticas de responsabilidade social dos bancos. Trata-se do portal Guia dos Bancos Responsáveis (GBR) 2012, lançado nesta quarta-feira (31), pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), em parceria com  a Contraf/CUT, Dieese, Observatório Social, CEERT - Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades, e a organização Amigos da Terra " Amazônia Brasileira, e apoio da Oxfam Novib, uma fundação holandesa de combate à pobreza global.

Na abertura do evento, o coordenador executivo do Idec, Fúlvio Gianella, apresentou o GBR como uma ferramenta de um novo tempo. "Se no passado a escolha da instituição financeira para operar uma conta corrente era de cunho individual, hoje a preocupação é coletiva. O GBR traz informações de relevância para que os cidadãos possam cobrar responsabilidade social dos bancos".

A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvândia Moreira, resgatou parcerias anteriores entre os bancários e o Idec, no sentido de cobrar dos bancos respeito na sua relação com trabalhadores, clientes e meio ambiente. "É uma ferramenta de grande importância, a qual nos permitirá conhecer, comparar e cobrar transparência das instituições financeiras".

O representante da Amigos da Terra, Roberto Smeraldi, relatou o sucesso da empreitada, de reunir setores diferentes, de forma a ampliar a abrangência do levantamento. "O conteúdo nos mostra o quanto os bancos precisam melhorar".

O coordenador de relações sindicais do Dieese, José Silvestre, ao lembrar parcerias históricas entre as entidades, destacou a necessidade de se dar visibilidade a essa ferramenta.

O presidente da Contraf/CUT, Carlos Cordeiro, salientou o quanto o GBR é importante em um cenário onde os seis maiores bancos representam 90% dos indicadores nacionais. "Hoje, os maiores bancos no Brasil compõem um cartel com péssimas práticas. Eles ganham muito ofertando pouco. Como se não bastasse ainda há a elevada rotatividade achatando a remuneração do bancário, as metas abusivas e assédio moral adoecendo os trabalhadores e a falta de segurança nas agências, responsável por 49 assassinatos em 2011 e pelo menos 27 em 2012".

Aparecida Bento, representante da CEERT, saudou a excelente iniciativa, a qual sonha ser estendida para a grande mídia.

O representante do Observatório Social, Hélio Costa, conclamou o esforço conjunto para que a ferramenta seja disseminada.

Durante o debate, os participantes frisaram a grande lacuna existente entre o discurso e a prática dos bancos. "O mundo vem mudando e cada vez mais a sociedade civil e os consumidores cobram melhor atuação dos bancos. Diante desse novo comportamento, eles precisarão agir com mais inteligência, saindo da defensiva para uma atuação participativa", afirmou Johan Frijns, diretor do Bank Track, ao mencionar o sucesso do guia holandês, que em três anos já recebeu em seu site a visita de mais de 2 milhões de consumidores bancários.

Em exposição sobre a importância da transparência e da responsabilidade para a oferta de crédito, o doutor em economia da USP, Roberto Luis Troster, foi categórico: "o setor bancário brasileiro não dá contribuição à população de baixa renda. Hoje, existe um grande endividamento das famíl­ias, sobretudo com cartões de crédito (72%), como fruto de um sistema fragmentado, onde o que impera é a falta de transparência dos bancos para com seus clientes. É preciso pensar um sistema financeiro que perdure, com transparência e controle de qualidade, lembrando que crédito responsável é a base sólida contra quaisquer crises financeiras".

Em contrapartida, o diretor de Relações Institucionais da Febraban, Mário Sérgio Vasconcelos, declarou a disposição da federação de debater e encontrar soluções equilibradas no sentido de ampliar a responsabilidade social dos bancos. "O setor financeiro precisa estar aparelhado para uma melhor atuação sócio-ambiental. Por outro lado, precisamos educar financeiramente os novos consumidores financeiros que, no último perí­odo, passaram a ocupar as classes C e B".

Os indicadores " No GBR 2012 (Clique aqui para acessar o portal), é possível comparar a atuação dos seis maiores bancos brasileiros (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú, HSBC e Santander) frente àsua relação com o consumidor bancário, com o trabalhador bancário e relativo aos seus critérios sócio ambientais para financiamentos.

Conforme o levantamento, a prática dos bancos deixa muito a desejar nessas três frentes. Na relação com clientes, o que impera são inúmeros desrespeitos ao Código de Defesa do Consumidor, com práticas abusivas de imposição de serviços, venda casada, indução ao crédito mais caro e omissão de informações sobre serviços essenciais. Com relação aos financiamentos, observou-se a ocorrência de financiamentos  de projetos polêmicos, com aspectos controversos do ponto de vista dos impactos ambientais e sociais, e com incompatibilidades com os próprios compromissos de sustentabilidade assumidos pelos bancos. No que tange aos trabalhadores, também se constataram divergências entre o discurso e a prática. "As corporações impõem metas e jogam a incumbência aos bancários, que se veem com um problema moral de terem de forçar a venda de produtos, sob a ameaça de perderem seus empregos", denunciou Miguel Pereira, dirigente da Contraf/CUT, ao lembrar que a tão propalada bancarização e inclusão bancária se configuraram em prestação de serviços precarizados.

Ao término do evento, o Gerente de Testes e Pesquisas do Idec, Carlos Thadeu de Oliveira, classificou o GBR 2012 como um importante passo na luta por um sistema financeiro brasileiro com responsabilidade social. "Precisamos ir mais longe contra a deficiência das informações e de forma a agregar valor à relação dos bancos com seus trabalhadores, com a sociedade e o meio ambiente. Com certeza, o GBR 2012 é uma fonte de indignação e também uma ferramenta que deve ser usada para a transformação da sociedade".

 

Postado pela Assessoria de Imprensa: 01/11/2012
Fonte: FETEC-CUT/ Foto: Maurício Morais/ SEEBSP

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