SEU BANCO - FINANCEIRAS25/07/2025 Trump ataca Pix por interesse bilionário em favor dos EUA contra os brasileiros
Mas, neste ano, o ataque ao Pix pelo governo norte-americano aumentou. O presidente dos Estados Unidos Donald Trump com a desculpa de evitar o julgamento por tentativa de golpe de Estado por parte de Jair Bolsonaro (PL), justificou o tarifaço de 50% em cima das exportações brasileiras, também a uma “prática comercial desleal”, segundo ele, por parte do Brasil, numa referência indireta ao uso do Pix. Os ataques ao Pix e à soberania brasileira têm sido apoiados pelo filho do ex-presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos EUA, e por parte de parlamentares da extrema direita. Mas por que Trump quer o fim do Pix?Primeiro que hoje para usar o Pix como pagamento à vista, as pessoas físicas e Microempreendedores Individuais (MEIs) não pagam tarifas ou taxas adicionais. Já as empresas (pessoa jurídicas) pagam um percentual muito abaixo dos cartões – em média de 0,33% do valor da transação e, dependendo do banco podem ser isentas porque a cobrança é opcional. Já uma transação via cartão de débito custa ao comerciante entre 1,23% e 2% e o de crédito entre 3% e 5%, em média. Essas facilidades e juros menores acabaram por diminuir consideravelmente o uso dos cartões pelos brasileiros levando as grandes instituições financeiras dos EUA a perderem espaço e milhões de dólares. A economista da subseção Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), na Contraf-CUT, Vivian Machado, demonstra o quanto o PIX retirou de lucro das empresas norte-americanas. Ela conta que uma pesquisa da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) mostra que a participação do cartão de crédito, mesmo nos meios de pagamento, tem caído. “Em 2020, por exemplo, as transações feitas pelo cartão de crédito representavam 22% do total e hoje estão em 14%. O cartão de débito representava 25% das transações no ano passado e neste primeiro semestre de 2025 ficou em apenas 11%”, diz Vivian. Já o Pix se tornou o meio de pagamento mais utilizado no Brasil, superando o cartão de débito e o dinheiro em espécie. A pesquisa do Banco Central mostra ainda que 76,4% da população utiliza o Pix, enquanto o cartão de débito é usado por 69,1% e o dinheiro em espécie por 68,9%. Volume financeiroO volume financeiro movimentado pelo Pix em 2024 atingiu a marca de R$ 26,455 trilhões, com 63,51 bilhões em operações. Isso representa um crescimento de 54% em relação ao ano anterior, quando foram movimentados R$ 17 trilhões, segundo o Banco Central. Por sua vez, o volume financeiro das compras realizadas com cartões de crédito, débito e pré-pagos cresceram 10,9% em 2024, somando R$ 4,1 trilhões, de acordo com dados da ABECs, associação que representa a indústria de meios eletrônicos de pagamento. “O ataque de Trump é por conta disso, exatamente porque embora o volume de transações via cartões tenha aumentado, percentualmente diminuiu e o Pix aumentou muito mais “, diz Vivian. Uma conta hipotética mostra o quanto as empresas dos EUA estão perdendo com o PIX. Se calcularmos apenas R$ 1,00 por Pix dentre as 63,51 bilhões de transações feitas, os cartões de débito e crédito perderam a movimentação no ano passado de R$ 63,51 bilhões. Esta conta não calcula a possibilidade do uso de TED e outros meios de pagamentos. Ainda assim a perda financeira dos cartões norte-americanos é bilionária, o que para Trump é inadmissível. Quem também perde com o Pix é a modalidade do WhatsAPP Pay da bigh tech Meta, que controla a holding detentora das redes sociais: Facebook e Instagram, de Mark Zuckerberg, já que os brasileiros não aderiram a esse tipo de pagamento. Pagamento on-line por Pix cresceAté 2030, seis a cada em 10 pagamentos (58%) realizados em lojas virtuais serão feitos via Pix, segundo relatório “The Global Payments Report 2025” (Relatório Global de Pagamentos 2025) da Worldpay, multinacional norte-americana que oferece serviços e tecnologias de pagamento. Atualmente as vendas pelo e-commerce (compras on-line) via Pix representam 41% das transações realizadas pelos consumidores. Já em lojas físicas, esse percentual cai para 31%. Ainda assim somando crédito, débito e pré-pago os cartões seguem como formas de pagamento fundamentais no Brasil. Segundo o relatório da Worldpay, essas modalidades responderam por 39% do valor das transações no e-commerce em 2024. Só o cartão de crédito segue sendo muito utilizado em compras de maior valor, especialmente por conta do parcelamento. “Mas as pessoas estão preferindo o pagamento via Pix, muitas vezes, sem precisar carregar mais cartão, e entre acionar o cartão eletronicamente e fazer o pagamento via Pix, é mais fácil pegar o QR Code de onde você vai fazer o pagamento ou dar a sua chave Pix para receber alguma transferência. Então, o Pix está sendo priorizado pelos custos e pela facilidade”, acrescenta Vivian. Outra facilidade do uso do PIX, segundo a economista, é o fato dele funcionar 24 horas, os sete dias da semana. “Se você está num restaurante num sábado, o comerciante não vai esperar até segunda-feira para compensar aquele pagamento que ele recebeu. Então, para ele, é vantagem ter a liquidez do Pix. É vantagem para os comerciantes, é vantagem pra quem usa, pra quem paga, porque a pessoa física não tem taxa, não tem tarifa pra fazer esse tipo de transferência”, ressalta a economista. Compras parceladas podem acirrar competiçãoAs compras parceladas pelo PIX começarão a funcionar a partir de setembro, o que pode aumentar o uso desse sistema de pagamento pelos brasileiros, já que os juros aos consumidores e para as empresas serão muito menores do que os cobrados atualmente pelas instituições financeiras de cartões de crédito, como Visa e Mastercard, além da facilidade de o valor cair imediatamente na conta de quem vende. Outro benefício do Pix parcelado é a não necessidade de limite. Basta ter o valor das parcelas na conta mensalmente para o débito ser efetuado. Caso não haja saldo na conta, o valor será pago da mesma forma, submetido ao cheque especial. “O Pix parcelado também vai ajudar a evitar fraudes praticadas com boletos falsos enviados por golpistas já que as empresas não precisarão mais emitir esses boletos”, entende a economista. Essas facilidades e juros menores devem diminuir ainda mais o uso dos cartões pelos brasileiros levando as grandes instituições financeiras internacionais a perderem espaço no mercado e bilhões de dólares.
Saiba como vai funcionar o Pix parcelado (informações do BC e G1)O Pix parcelado surge como alternativa às taxas exorbitantes dos clientes bancários no cartão de crédito rotativo (acima de 15% ao mês) caso não paguem o valor total da fatura. Essa é a linha de crédito mais cara do mercado financeiro. Embora o parcelamento por meio do PIX já seja oferecido por várias instituições financeiras, o BC vai padronizar as regras, o que tende a favorecer a competição entre os bancos. O parcelamento deverá estar disponível para a população e para os lojistas a partir de setembro de 2025. Segundo o presidente do BC, Gabriel Galípolo, a nova modalidade beneficiará 60 milhões de pessoas que não têm acesso ao cartão de crédito. Quem estiver recebendo terá acesso a todo o valor instantaneamente, mas quem estiver pagando poderá parcelá-lo. O PIX parcelado possibilitará a tomada de crédito pelo comprador, em uma instituição financeira, preferencialmente com a qual já tenha relacionamento, para permitir o parcelamento de uma transação PIX. A instituição onde o comprador detém a conta dará o crédito e definirá o processo em caso de atraso no pagamento das parcelas ou de inadimplência (juros), considerando seus procedimentos de gerenciamento de riscos, conforme o perfil do cliente como já acontece com outras linhas de crédito. O Pix Parcelado poderá ser usado para qualquer tipo de transação, inclusive para transferências. Prêmio Nobel de Economia elogia o PixO economista norte-americano Paul Krugman publicou um artigo nesta terça-feira (22) elogiando o sistema brasileiro de pagamentos Pix — sugerindo que o Brasil pode ter inventado o futuro do dinheiro. Krugman é vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 2008 e é professor da Universidade da Cidade de Nova York. No artigo, intitulado “O Brasil inventou o futuro do dinheiro?”, Krugman critica a posição de parlamentares republicanos (partido de Trump) que aprovaram lei que impede a criação de moedas digitais por bancos centrais (públicos), sob a alegação de preocupações com privacidade, mas que suas verdadeiras preocupações são que muitas pessoas optariam por ter moedas digitais do banco central, em vez de contas correntes em bancos privados. O governo de Trump aprovou a lei do Genius Act que estabelece regras para o mercado de stablecoins, as criptomoedas com lastro em dólar norte-americano. Para o economista, a nova lei norte-americana “abre caminho para futuras fraudes e crises financeiras”. A história do Pix pode ser lida aqui . |
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